Todos temos um lugar, uma personalidade e um viver no caminho para a morte.
Terça-feira, 01 de Setembro de 2009

    

 

     O Homem está muito longe de estabelecer um bem-estar geral, a satisfação das principais necessidades de toda a gente, o respeito e a amizade de todos os homens entre si, de modo que deixe de haver ou se reduzam ao mínimo a ambição, a discriminação, o ódio, a revolta, a infelicidade, a falta de assistência ou de solidariedade ...

     Nos dias de hoje, apesar do progresso material, sobretudo tecnológico, continuam a ver-se, como dantes ou pior, problemas entre as pessoas, desumanidade, desigualdade, injustiça, ambição, guerra, carnificina, enorme desnível entre ricos e pobres ...

     Por vezes passa pela cabeça de tanta gente, inclusive pela minha, fugir, se fosse possível, a tudo isto, fugir a esta civilização altamente tecnológica mas parecendo algo louca e suicida, altamente poluente e asfixiante, fugir para o isolamento, ir viver em paz e sossego algures em plena Natureza, sentindo no corpo e no espírito o natural ciclo equilibrante, longe do bramir atordoante e venenoso da actual civilização, que faz desesperar de algum dia haver paz, justiça e bem-estar equilibrados para toda a gente. 

 

 

 

                                                 Desespero

 

 

Ó auroras de mansidão ferida,

dias de horas férreas e venenosas,

em vossas veias letais e ruidosas

sinto a pátria do espírito perdida.

 

Se Ceres fértil, de fronte florida,

e Pã com suas flautas maviosas

deixassem as tumbas fuliginosas

e em agro ou serra dessem paz de vida

 

à minha alma que em dor se esvai ferida,

fugiria às técnicas asquerosas

de urbes sem alma e feição poluída,

 

e mesmo em bagas de suor custosas

e em cabana com gretas construída,

não teria mais horas revoltosas.

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

                

                                                                                                                                                    Mírtilo

 

 

 

publicado por Mírtilo MR às 22:55

Olá Amigo Mírtilo

Outro belo texto e sentido poema.
Hoje venho para lhe contar que estive aí na sua mimosa terra, que eu achei muito simpática. Não fazia a mínima ideia da existência da mesquita nem do castelo, então à ída parei tomei o pequeno almoço, aí
numa pastelaria «Andreia e Sofia» julgo ser este o nome e fui ao «cerrinho das neves» tirar umas fotos, e lá parti até Islantilla, à vinda parei de novo e visitei a mesquita o castelo e fiz compras. Meu amigo aí na sua asseada vila a vida está pela hora da morte, como dizem na minha aldeia, tudo caríssimo, mas bom, já tive o gosto de provar. Queria tanto ter-lhe feito a surpresa postando as fotos que tirei mas não me apareceu o neto e sózinha não consegui.
Peço desculpa desta intromissão contando-lhe tudo isto, mas de facto
sem nada combinado partimos e calhou levarmos esse caminho, pois lhe digo amigo que adorei, achei linda a parte mais antiga que dá para o rio
e a ponte também. Acho que vou ter que ler de novo o seu post sobre
Mértola.

Um abraço com muito carinho, fique bem
natalia
rosafogo a 8 de Setembro de 2009 às 22:14

Natália:

Muito grato fiquei pelas suas elogiosas palavras ao meu texto e poema.
Obrigado também por ter visitado a minha terra, sobretudo a mesquita e o castelo, e por ter gostado, especialmente da parte antiga da vila, que foi cidade muito importante no longínquo passado.
Quanto a ter achado cara a vida em Mértola, sobretudo em matéria de restauração, isso deve-se ao turismo e acontece, é claro, um pouco por todo o lado.
Quando puder e quiser, poste as fotos para eu ver de que são e se as acho muito significativas.
Se tiver vagar e quiser saber algo mais sobre Mértola, terá, como diz, de ler de novo o que tenho escrito sobre a minha terra.
E hoje, de propósito para si, postei um artigo, com o respectivo soneto, sobre o Castelo de Mértola e, vá lá, também algo sobre mim no soneto.

Um beijo amistoso para si, Natália.
Mírtilo
Mírtilo MR a 9 de Setembro de 2009 às 23:09

Passo só para lhe agradecer pois ainda não tinha tido esta possibilidade
pelo post sobre Mértola que fez propositadamente para mim, já tive oportunidade de lhe dizer que gostei de ler e adquiri mais alguns conhecimentos, fico muito grata ao amigo.
Hoje vim mais para lhe deixar um abraço e desejar que se encontre bem.

O tempo cada ´passa mais rápidamente e tanto que gosto de ler e não dá
para tudo quanto desejava, mas penso vir ler todos os assuntos que
tão bem descreve. Sabe também gosto de ler o que escreve sobre as
divindades, é bem interessante e o Amigo, é bom conhecedor.
Com tudo isto quero dizer Amigo Mírtilo que todas as suas palavras em
prosa ou em verso, dá prazer ler.

Beijo amigo
natália
rosafogo a 15 de Setembro de 2009 às 22:59

Natália:

Muito grato pela visita a este humilde e deslavado blogue e pelas tão boas palavras deixadas.
O tempo, como a Natália diz, e eu sinto o mesmo, não dá para tudo o que queremos, pelo menos em determinadas alturas, e há que ir fazendo coisas a pouco e pouco. O tempo é o maior ditador ou escravizador actual, não nos deixando a liberdade de, dentro dele, e fora dele nada há, fazermos tudo o que queremos numa determinada altura ou seguidamente.
Quanto às divindades, ou mitologias, de que diz gostar de ler alguma referência que a isso por vezes faço, acho que faz bem em gostar, pois eu também gosto, sempre achei um tema atraente e sempre tentei saber algo sobre isso, fundamentalmente desde que tive de estudar «Os Lusíadas», no antigo quinto ano do liceu. Só que já soube bastante mais do que sei agora, pois tenho esquecido muito. E tenho alguma mitologia aplicada em poemas sobre a minha terra. Hei-de qualquer dia postar por aqui algo mais.

Um beijo amistoso para si.
Mírtilo
Mírtilo MR a 16 de Setembro de 2009 às 00:39

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