Todos temos um lugar, uma personalidade e um viver no caminho para a morte.
Segunda-feira, 27 de Julho de 2009

 

    

     É de lamentar, mas cada vez há mais erros e desleixo a falar a língua portuguesa, praticados quer pelo cidadão comum, com as desculpas que pode ter, quer, para pior e com desculpas muito menos aceitáveis, por pessoas que ocupam lugares proeminentes na difusão da nossa língua, como, por exemplo, jornalistas, escritores, políticos, professores ... E os erros vão ficando, vão fazendo escola, má escola, claro, de modo que deixarão de ter emenda, ficando para sempre, o que será totalmente lamentável.

     Darei vários exemplos, vulgares,  do mal que se fala e escreve por aí a nossa língua.

  1. A palavra «tóxico» (assim como os seus compostos: «intoxicar», etc.) a ser erradamente lida «tóchico» em vez de «tócsico».
  2. A palavra «rubrica» (sem acento) erradamente pronunciada (e até escrita) «rúbrica».
  3. As palavras «juniores» e «seniores» (sílabas tónicas no «o», plurais de «júnior» e «sénior») erradamente pronunciadas (e até escritas) «júniores» e «séniores» (com acento).
  4. A 1.ª pessoa do plural do pretérito perfeito simples do indicativo dos verbos terminados em «ar», que até leva acento agudo, a ser lida erradamente como terminando em «amos» (que é a correspondente terminação do presente), em vez de «ámos» (com acento) (exemplos: pretérito — «louvámos», «observámos», «cantámos», etc.; presente — «louvamos», «observamos», «cantamos», etc.).
  5. A palavra «parolímpicos» (em expressões como «Jogos Parolímpicos», «atletas parolímpicos») dita e escrita erradamente «paralímpicos» (igual a prefixo grego «para» mais «olímpicos», não podendo o «o» inicial da palavra-base de «olímpicos», Olímpia, ser deturpado ou suprimido, tendo de cair o «a» final do prefixo «para», que nada altera, como acontece em «paroftálmico», «parorgânico», «patico», «panimo», ou em «parencéfalo», «parestatal», «pareléctrico», etc.).
  6. A 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito simples dos verbos terminados em «ir» precedido de vogal (exemplos: saiu, ruiu, caiu, etc.) a ser escrita erradamente com acento no «i» e a 3.ª pessoa do plural dos mesmos verbos (saem, ruem, caem, etc.) a ser erradamente escrita e pronunciada com um «i» entre as vogais finais («saiem», «ruiem», «caiem», etc., formas incorrectas).
  7. O «à» (contracção da preposição «a» com o artigo definido «a») erradamente escrito com acento agudo. E até há muita gente  que escreve assim o «há» do verbo haver.
  8. As expressões «de forma que», «de modo que» ou «de maneira que» erradamente construídas com um «a» antes do «que» («de forma a que», etc.).
  9. A expressão «fazer que» a ser erradamente construída como «fazer com que».
  10. A expressão «portas travessas» dita e escrita erradamente «portas e travessas».
  11. A expressão latina «pari passu» («com passo igual», «a par», «de perto») erradamente dita e escrita, como se fosse português, sobretudo na Comunicação Social, «a par e passo».
  12. Particípios passados irregulares usados erradamente em vez dos regulares com o verbo «ter» por auxiliar (tempos compostos). Exemplos: «tenho gasto muito dinheiro» (errado) em vez de «tenho gastado [...]» (certo); «tenho limpo a cozinha com um bom detergente» (errado) em vez de «tenho limpado [...]» (certo); «tenho expresso a minha opinião» (errado) em vez de «tenho exprimido [...]» (certo), etc.
  13. Omissão errada, muito generalizada, do «de» antes do «que» junto a verbos que exigem esse «de», geralmente verbos, ou expressões verbais, que exprimem estados de espírito, ou operações cerebrais, sobretudo se conjugados reflexamente, como, por exemplo, «convencer-se (ou estar convencido) de que»(certo); «lembrar-se de que» (certo); «aperceber-se de que» (certo); «gostar de que» (certo) (com o verbo «gostar», por ser geral e de há tanto a omissão do «de», quase parece um sacrilégio linguístico ter de o admitir); «informar-se de que» (certo); «estar à espera (ou ter esperança) de que» (certo); etc.
  14. Expressões como «sociais-democratas», «democratas-cristãos», quer sejam adjectivos ou substantivos, ditas e escritas erradamente «social-democratas», «democrata-cristãos» (com o primeiro elemento no singular), sobretudo na Comunicação Social. A regra de o primeiro elemento ficar no singular aplica-se quando esse primeiro elemento é adjectivo e termina no masculino em «o», mesmo que seja uma redução do adjectivo original. Exemplos: «económico-financeiros»; «afro-europeus» (sendo «afro» a redução de «africano»); «israelo-árabes» (sendo «israelo» a redução de «israelítico») (tal como «luso» se tornou a redução de «lusitano», ou «hispano» a de «hispânico»); etc.
  15. A expressão «por que» (equivalente a «pelo qual», «pela qual», «pelos quais», «pelas quais») usada erradamente numa só palavra («porque»), tendo antes ou depois o seu referente: «motivo, causa, objectivo, fim», etc. Exemplo: «O motivo (causa, fim, etc.) por que esperas é bom.» E será também em duas palavras («por que») mesmo que o referente esteja apenas subentendido. Numa só palavra («porque») emprega-se como conjunção causal, equivalente a «visto que», como conjunção final, equivalente a «para que», mas pouco ou nada usada actualmente, e como advérbio interrogativo, segundo alguns gramáticos e linguistas, mas apenas referido a «motivo» — exemplos: «Porque esperas?» (subentendendo-se «motivo»), mas «Por que esperas?» (subentendendo-se, por exemplo, «coisa»).
  16. A expressão «de mais» escrita erradamente numa só palavra («demais») quando significa «demasiado», ou se opõe a «de menos». Exemplos: «isto é de mais», «é rico de mais», «é longe de mais». Só se escreve «demais» no sentido de «outros» («estes ficaram, os demais partiram») ou na expressão adverbial «demais a mais» (sentido de «além disso»), muito pouco usada actualmente.
  17. As expressões «se não» e «senão» usadas muitas vezes com confusão ou erradamente. A primeira, «se não», é a vulgar conjunção condicional «se» e o advérbio de negação «não» (exemplo: «se não comeres, morrerás»), ou é equivalente a «se é que não» (exemplo: «custará centenas, se não milhares de euros»). A segunda, «senão», equivale a «quando não» (exemplo: «estuda, senão não passas no exame», ou equivale a «a não ser» (exemplo: «não progrides senão trabalhando», ou indica exclusão, equivalendo a «só» («ele não tem senão 20 euros»), ou funciona como substantivo («para chegar lá, só há um senão»).      

     Há também outras expressões, no género destas últimas, que suscitam confusão e se escrevem igualmente, muitas vezes, erradamente, como «abaixo» e «a baixo», «acima» e «a cima», «detrás» e «de trás», «onde» e «aonde», etc., cujo esclarecimento ficará para uma próxima oportunidade. Acrescente-se que há também muita confusão e erros na escrita de palavras iniciadas por certos prefixos, como, por exemplo, «anti», «contra», «intra», «hiper», «inter», «semi», etc., a respeito de se lhes seguir ou não hífen, o que também oportunamente se abordará.

 

     E, como tem sido costume, ou regra, publicar, além da parte em prosa,  um poema meu, mais ou menos ou de todo relacionado com o assunto do «post», também agora se segue um soneto algo nessas condições.

 

 

 

                            Televisão

 

 

É inegável ser preferida a televisão

de entre os órgãos de comunicação social,

e sobressai, pela visão do mundo, o telejornal,

mais pelas más notícias ou de grande sensação.

 

Também de lamentar é a restante programação,

desequilibrada e mais má que boa ou normal,

e a luta pelas audiências, concorrencial,

quase mais não é que lamentável imitação.

 

Destaque-se, em qualquer televisivo canal,

pouco se programar cultura e educação.

E até à lusa língua a tratam algo mal

 

apresentadores de TV, ante a Nação,

ao dizerem, por exemplo, e é habitual,

«jogos paralímpicos», «intochicação» ...

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

                                                                    Mírtilo                             

 


Quarta-feira, 22 de Julho de 2009

         

 

     À escala mundial, a vida está cada vez pior para os pobres, com a riqueza cada vez mais mal distribuída e ela própria a causar ciclicamente crises. A Humanidade tem este vital problema por resolver, hoje com mais premência do que nunca, dada a cultura e a consciência de direitos que as classes trabalhadoras pobres adquiriram nas últimas décadas. É claro que a riqueza, aquando das crises que, afinal, ela própria provoca, defende-se livremente, por vezes sem coração, ou cruelmente, tentando compensar os possíveis ou prováveis prejuízos com cortes nos referidos direitos dos trabalhadores ou mesmo despedimentos, ou encerramento total das empresas, para, muitas vezes, as reabrir noutro local, fora do País ou mesmo cá, com mão-de-obra mais barata e com menos ou quase nenhuns direitos, medidas a que actualmente tanto se tem assistido, excluindo-se desta tão dramática situação, tantas vezes, as classes profissionais superiores, que parecem ter sempre, ou quase sempre, os seus altos rendimentos e benesses assegurados. E o próprio Estado se associa a este tão criticável comportamento da riqueza, comportando-se de modo idêntico.

     Tudo isto vai gerando, crescentemente, trabalhadores mais pobres e com menos futuro, desempregados, doentes, revoltados, drogados, ladrões para sobreviver ou ladrões para enriquecer, por vezes com crimes de sangue e morte de permeio, encolhidos ou pacatos deserdados desta má sorte ou má política, muitos, tantos, tantos, forçados a desistir de viver em dignidade, sobrevivendo por aí miseravelmente, sem eira nem beira, sem nada além da incerteza total do dia-a-dia, vulgarmente conhecidos, anonimamente, por «os sem-abrigo».

     E a Constituição da República Portuguesa consigna (ou já não?!) que todos têm direito ao trabalho, à educação, à saúde e a ... uma habitação condigna ...

 

 

 

 

                    Os sem-abrigo

 

 

 

Eles são pobres exilados da dignidade,

sem trabalho, sem casa, sem cama e sem pão,

roupa só a vestida, sem água ou sabão,

e dormem em esconsos de qualquer cidade,

 

 

deitados no chão, sobre trapos ou cartão,

ao frio e à chuva da invernosidade.

Eles são condenados da nossa iniquidade,

são um lixo desta nossa civilização.

 

 

Esquece-os o Governo, esquece-os a sociedade,

só neles repara algum caridoso coração,

que lhes mitiga as mínguas da fria realidade,

 

 

um dia, fugazmente, sem continuação.

Os que não tiverem sorte e dura vontade,

coitados, neste tão frio fado jazerão.  

 

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

 

                                                     

                                                                                                     Mírtilo  

publicado por Mírtilo MR às 22:41

Sexta-feira, 17 de Julho de 2009

 

    

 

    

     Mértola, debruçada para o rio Guadiana de uma íngreme colina, reflecte-se nas suas águas e é uma vila do Baixo Alentejo muito pictórica e fotogénica, sobretudo  se vista de frente do outro lado do rio, ou de lado de um pouco a sul e deste modo captando, além da geral e singular beleza panorâmica da vila, também a singularidade da chamada Boca da Ribeira, ou seja, a foz da ribeira de Oeiras, junto da qual, para montante, o rio, além de apresentar a meio um pequeno e curioso ilhéu rochoso, outrora se alargava e se afundava muito, e aí se localizando o tão importante fluvial porto dos Romanos e dos Mouros e de outros povos que por ali andaram, com navais ligações intensas ao Mediterrâneo.

     Vale bem a pena uma visita a Mértola, por vários motivos, sobretudo pelos seus núcleos museológicos, provenientes de uma grande actividade arqueológica, e pela sua saborosa e típica gastronomia.

     A respeito do nome da ribeira de Oeiras, ele provirá certamente da palavra latina «aurarias» (acusativo plural de «auraria», que significava, o plural, «minas de ouro», ou, por extensão, certamente também locais onde apareciam pepitas ou partículas de ouro). E, na verdade, a poucos quilómetros a ocidente de Mértola, numa colina perto da referida ribeira e chamada cerro do Ouro, existiu outrora uma mina onde se dizia haver ou ter havido ouro, o que terá dado nome ao referido cerro. E algum desse ouro poderia até, em tempos muito remotos, ter sido arrastado para a ribeira e aí encontrado em mais de um local, ou ter existido até nas suas margens algum ouro em alguns pontos, o que, fosse como fosse, estará com grande probabilidade na origem do nome da ribeira de Oeiras, que na fase final corre por entre abruptas e rochosas margens, só se suavizando um pouco junto à foz.

     Talvez a mesma origem, a palavra latina «aurarias», se possa atribuir ao nome da sede de um concelho nos arredores de Lisboa, Oeiras, embora aí não haja, segundo creio, indício nominal algum, como há no caso da ribeira afluente do Guadiana e desaguante em Mértola.

     Hipótese de evolução linguística da palavra latina «aurarias» até chegar, em português, a «Oeiras» (grafando-se com maiúscula por ser topónimo):

 

     aurarias > ourarias (assimilação do a em o pelo u, como regra geral; ex.ºs: aurum > ouro, laurum > loureiro, paucum > pouco, etc.) > ourias (haplologia da sílaba ra, como em saudadoso > saudoso) > oerias (dissimilação do u em e) > oeiras (metátese do i).

 

     Por esta provável etimologia da palavra «Oeiras» se poderá dizer que o «O» deverá ser lido como «o» fechado,  não como «u»,  como fazem muitas pessoas, quase pretensiosamente.

 

    

 

           

 

              Guadiana e Oeiras

 

 

 

Aos pés de Mértola, vila que foi cidade,

importante lá na longínqua Antiguidade,

rio Guadiana a ribeira de Oeiras recebe,

casamento tranquilo se concebe,

 

 

ele de peito largo, histórico, notável,

ela de seio estreito, plebeia, ignorável,

hídricos corpos em manso amor se juntando,

rio sereno a boca da ribeira beijando,

 

 

fêmea água calma de colo tão elegante

e lábios de areia, ao Estio, morna ou escaldante,

que o macho ser potâmico calmo engravida

 

 

de fluviomarés que a incham cheia de vida,

e onde, a montante, tal prenhez não chegar,

vai à ribeira, fraco, o corpo estagnar.

 

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

 

 

                                                                                                             Mírtilo

 

publicado por Mírtilo MR às 15:40
sinto-me:

Sábado, 11 de Julho de 2009

 

 

     Quando um coração é sensível ao de outros e se sente só e carente de solidariedade ou de amor e vê a seu lado ou perto de si um coração em idêntico estado, há atracção pelo menos de um para o outro coração, vontade de ajudar, desejo de conversar, de abrir o outro coração à conversa confiante e a sentimentos, de lhe suavizar a triste história ou a apertante angústia, com algum estímulo ou esclarecimento ou juntando à dele sua idêntica história ou angústia, de estabelecer entre ambos os corações prometedora ajuda, amizade ou amorosa identificação, em suma solidariedade simples ou temperada de amizade ou de amor. 

     Contrariando os corações, os cérebros, muitas vezes, por influências ou receios sociais, ou por outros motivos, em que a mão da política não está de todo inocente, opõem-se, nem que seja timidamente, à solidariedade, à amizade e ao amor. 

 

 

 

       Coração desperdiçado

 

 

 

Só, além naquela rocha, ao canto ...

Apenas desacompanhada? Não.

Sinto-lhe aquele ar de solidão

que só no exterior não é um pranto.

 

 

Arde-lhe o peito de angústia (tanto!)

nos seus quarenta anos (mais, talvez não).

Desperdiçado aquele coração,

que a tristeza envolve em tão fundo manto.

 

 

O sol da tarde já é pouco quente,

já não anestesia o pensamento,

e chega o frio regresso lentamente.

 

 

E eu mais lhe sinto o afogado alento,

na sua beleza e passos rescendente,

e mostrar-me igual era meu intento.

 

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

 

 

 

                                                                                                Mírtilo

 

 

 

 

 

 

  

 

publicado por Mírtilo MR às 21:49

Quarta-feira, 08 de Julho de 2009

 

      Dia a dia, os assaltos, a cidadãos, residências, bancos, lojas em geral, estabelecimentos de serviços, organismos do Estado, igrejas, etc., vão acontecendo cada vez em maior número e por todo o País, podendo dizer-se que tendem para a generalização, o que irá trazer também crescentemente a sua banalização, a que a máquina da Justiça, que tem também entre mãos toda a outra abundantíssima e igualmente crescente criminalidade, já se vai mostrando impotente, podendo dentro de algum tempo, talvez não muito longo, atingir mesmo um ponto de completa saturação, se não houver algum dos factores envolvidos que mude, isto é, mais e melhores meios na máquina da Justiça ou penas mais severas para os criminosos, sobretudo para os reincidentes, sem vergonha, sem honra, sem coração, que existem em  abundância, como profissionais do crime que vêem, espertamente, encorajadoramente, a leveza da mão da Justiça, que, se os captura, além de penas por vezes incompreensivelmente leves, lhes dá «benesses», como seja licenças precárias, que eles às vezes aproveitam para fugir, e cumprimento de um terço ou dois das penas prisionais e o resto cá fora com pulseira electrónica, daí, de tudo isso, resultando também crescentemente que sobretudo os cidadãos, roubados ou não, vão tendo cada vez mais medo de ser roubados e até de andar na via pública, mormente em lugares algo escusos, mesmo em pleno dia.

     Parece haver nisto tudo um paradoxo: a Justiça, que deveria servir para travar a criminalidade, punindo-a exemplarmente, desde que não houvesse atenuantes atendíveis para o criminoso, acaba, com a sua tentativa de sociabilização das penas e dos criminosos, por parecer que a favorece, devido à dureza e incorrigibilidade de muitos criminosos.

 

 

 

 

                                                       Assalto

 

 

 

Quase se pode hoje ou em breve dizer

que não há português que não fosse assaltado,

às vezes ferido ou morto, para algo lhe ser roubado. 

                Toda a gente anda já um assalto a temer.

 

 

E não é só o cidadão isto a sofrer,

na rua, em casa ou no carro à força espoliado,

é também a loja, banco, supermercado,

a gasolineira, sem outros esquecer,

 

 

como farmácias, Correios, ou um consulado,

tudo se assalta e rouba, sem ninguém valer,

também escolas, igrejas (até o templo sagrado!)...

 

 

À noite já pouco se sai a espairecer,

até de dia é perigoso estar-se isolado.

E vai dizer-se: «Isto é um assalto ... pegado!»

 

 

 

 

 

 

 (Poema meu.)

 

 

 

 

                                                                                                           Mírtilo

 

    


Sexta-feira, 03 de Julho de 2009

 

                                                  http://miuikablogspotcom.blogspot.com/2009/03/o-palacio-de-sbento-com-o-seu-auditorio.html

 

     A Assembleia da República é o órgão legislativo, por excelência, do País, onde, além das leis em geral, se discute e aprova o tão necessário Orçamento do Estado, para o funcionamento do País, e é representativa de todos os Portugueses.

     Haverá talvez quase uns vinte anos que a Assembleia da República passou a exigir no seu Hemiciclo, quando necessário, ou em datas estipuladas, a presença de membros do Governo para este responder a certas questões que se prendem com as leis ou com aspectos da governação, o que muitas vezes suscita gritantes e inflamados debates.

     A Assembleia tem acima dela, na hierarquia do Estado, o Presidente da República, que  poderá dissolvê-la em determinadas circunstâncias.

     A Assembleia tem de ser, sem qualquer dúvida, um órgão respeitável e democrático, mas os Portugueses, devido a cenas menos dignas que se foram habituando a ver em transmissões televisivas e também por relatos da imprensa em geral, foram ao longo dos anos, sobretudo mais recentemente, criando da Assembleia da República uma imagem algo ou muito negativa, não só por as decisões nela aprovadas não serem por vezes as melhores para o País em geral, sobretudo para as classes mais desfavorecidas, como também por cenas de comportamento menos dignas por parte de alguns deputados, ou de membros do Governo, tendo culminado agora com a cena talvez pior, mais reprovável, a que se assistiu, por parte de um membro do Governo, o que, mais uma vez, espalhou pelo País nova acha à reprovadora impressão que os Portugueses têm da Assembleia da República.

      

 

                

     

     Mais ou menos a propósito ou  a jogar com o caso de agora transcreve-se um soneto feito há já uns anos.                               

 

 

 

                       

                            Assembleia da República

 

 

 

Na Assembleia da República, os deputados

não podem, em geral, votar em liberdade

— disciplina do partido, egoísta verdade,

conserva-os como em unido feixe atados.

 

 

E se tal transgredirem, serão castigados.

Com maioria absoluta há possibilidade

de um partido impor sua egoísta vontade,

que os mais só poderão calar-se ou ficar irados.

 

 

Sem tal maioria há debate mais democrático

e legialação melhor para aprovar.

Mas na Assembleia sempre haverá discurso enfático,

 

 

a voz simples e a voz que quase não vai falar

e voz agressiva e gesto de insulto prático,

deputados com sono e outros a faltar.

 

 

 

 

(Poema meu.)

 

 

 

 

 

                                                                                  Mírtilo

 

 

 

 

 



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