Hoje, 3 de Maio, é o Dia da Mãe, dia em que qualquer filho e respectiva mãe, ainda vivos, recordam com amor e carinho, ainda que com uma ou outra excepção que nada nubla este santo dia, suas tão estreitas e tão originais relações, inigualáveis, passando o dia juntos, ou pelo menos algumas horas ou momentos, na medida em que puderem, ou em que filhos e mães recordam com saudade tão triste, lutuosa, os que deles já morreram.
Actualmente o Dia da Mãe comemora-se no primeiro domingo de Maio, mas já se comemorou a 8 de Dezembro.
A seguir insiro neste meu blogue um poema que há muitos anos, umas quatro dezenas de anos, dediquei às mães, poema singelo, em quadras, em que friso, sempre no primeiro verso, de quatro sílabas, uma das qualidades de uma mãe e depois, nos três versos seguintes de cada quadra, de sete sílabas, explano, relativamente, claro, cada uma dessas qualidades das mães.
MÃE
Mãe, doce mãe,
que ao ventre deste calor,
a carne da tua carne
e alma do teu amor;
mãe, estóica mãe,
sublime na hora do parto,
corpo rasgado de dor
e coração de amor farto;
mãe, pia mãe,
corpo em cansaço prostrado,
na luta do pão para os filhos
em suor e amor amassado;
mãe, meiga mãe,
no mal divina enfermeira,
com remédios de carinho
que duram a vida inteira;
mãe, triste mãe,
que vês teu filho abalar
para a guerra crua e atroz,
sem saber se o vês voltar;
mãe, pobre mãe,
que o filho longe morreu,
chora para sempre tua alma
a riqueza que perdeu;
mãe, santa mãe,
alma e corpo aos filhos teus,
tesouro noutro tesouro,
um bocadinho de Deus.
(Poema meu.)
Mírtilo